8.7.08

Aprender a envelhecer

"Por um lado, com a velhice, aumentam as aptidões para aquilo em que se trabalhou durante toda a vida; por outro, pode abrir-se um campo novo de atividade. (...) ao chegar a velhice, «o homem recupera a liberdade perdida e pode dedicar-se ao que sempre lhe interessou e que, pelas necessidades da vida, não pôde realizar».
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Sócrates, que, depois de ter sido condenado a tomar cicuta, se pôs a aprender a tocar harpa. Aos discípulos que lhe perguntavam por que se empenhava nisso, sabendo que lhe restava tão pouco tempo de vida, respondeu-lhes com um sorriso de impressionante naturalidade: «Para sabê-lo quando morrer».

A história antiga e de épocas posteriores retém nomes de pessoas cuja produção artística, intelectual, etc., foi notável nas últimas idades da vida. Já Cícero mencionava no seu De senectute o caso de Sófocles, que compôs tragédias na mais alta velhice. (...)
Goethe terminou o seu monumental Fausto aos oitenta e dois anos, Lamarck concluiu a sua História natural também depois dos oitenta, Cervantes terminou o D. Quixote aos sessenta e oito.

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Ticiano trabalhou quase ininterruptamente com grande criatividade até os noventa e nove anos: um dos seus quadros mais famosos, A batalha de Lepanto, foi pintado aos noventa e oito. E Michelangelo traçou o plano da grande cúpula de São Pedro aos setenta e oito.
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Verdi compôs Otelo aos setenta e quatro anos e Falstaff aos oitenta; Haendel escreveu aos setenta e dois anos o seu Triunfo do tempo e Rossini a sua Missa quando beirava os noventa. "


artigo completo em: http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo331.shtml

Livro: "Aprender a Envelhecer", Clara Janés - Luz María de la Fuente

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